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O Neutralismo Crítico-Dialético

Neutralismo Crítico-Dialético: Uma Abordagem Filosófica para a Imparcialidade na Análise de Situações Políticas Introdução : A filosofia é uma disciplina que busca compreender o mundo e a condição humana por meio de uma análise crítica e reflexiva . Filósofos têm abordado uma ampla gama de questões ao longo da história, incluindo temas políticos e sociais . No entanto, é comum que as discussões políticas sejam polarizadas, com defensores de diferentes ideologias frequentemente tomando posições extremas e defendendo apenas um lado do debate . O que chamo aqui de " Neutralismo Crítico-Dialético " se trata uma abordagem filosófica que defende que o filósofo deve abordar as situações de forma imparcial , buscando compreender e analisar ambos os lados do debate, sem se apegar a preconceitos ou ideologias específicas, afinal, o filósofo que defende a parcialidade de uma questão não é um filósofo de verdade , e por isso não está preparado para discutir implicações da

Teoria Geral da Micropatriologia

Teoria Geral da Micropatriologia: Estabelecendo conceitos modernos ao estudo das micronações

Autor: André Igino Chalegre

Resumo
A Micropatriologia é a ciência humana que estuda o fenômeno das micronações, sendo a base do eixo de intelectualidade do micronacionalismo como um todo. O nome dado ao estudioso desta área é 'micropatriólogo'. Em tese, não são todos os micronacionalistas que chegam a ostentar o título de micropatriólogo, mas certamente todo micropatriólogo é ou foi, em algum momento da sua vida, um micronacionalista.

A Micropatriologia foi debatida ao longo das épocas até que se chegou a um consenso geral sobre o que eram e não eram os elementos do micronacionalismo e da própria ciência que estuda este fenômeno, o qual se estende por todas as áreas do conhecimento humano. Isso se deve ao fato de que a atividade do estadismo exige de seu praticante um amplo conhecimento geral que se equipare com as necessidades do Estado, tais como as ciências militares, a burocracia, a cultura, entre outros elementos que permitam que o Estado possa existir em plenitude.

Palavras-chave: Micropatriologia, Micronacionalismo, Micronações.

Introdução
O micronacionalismo é entendido como toda e qualquer forma de conjunção e divulgação de atividades que giram em torno das micronações ou que advenham delas. Normalmente, podemos entender este movimento como uma prática que envolve micronações, micronacionalistas e até mesmo micropatriólogos.

O Micronacionalista é o praticante do micronacionalismo, normalmente cidadão de alguma micronação, já que é bastante raro que a atividade micronacional parta da externidade do micronacionalismo, como matérias jornalísticas que eventualmente abordem o micronacionalismo e tragam a existência desta prática para o público exterior, isto é, para os não-micronacionalistas. Podemos definir uma micronação como:

i) Uma organização política e/ou cultural que tenta ou já tentou ser um Estado de facto, tais como Liberland e Sealand;

ii) Uma organização que afirma ser um Estado de facto mas que não o é de jure, tais como Molóssia e as demais micronações derivatistas;

iii) Uma organização recreativa que exerce o estadismo como forma de hobby, tais como as micronações modelistas.

No primeiro caso, temos movimentos historicamente secessionistas que são, para muitos, as primeiras micronações de que se têm notícias, embora práticas semelhantes existam desde a existência do próprio Estado. Essas organizações, motivadas por diferentes interesses, deram à luz aos movimentos micronacionais existentes na modernidade e contemporaneidade. No segundo caso, encontramos as micronações mais próximas das primeiras causas, isto é, aquelas que ainda possuem caráter secessionista e os princípios primordiais nos quais os Estados se baseiam para existir. Por fim, no terceiro caso, encontramos as micronações que existem para fins recreativos, que tratam o micronacionalismo como um hobby e afirmam possuir territórios que não condizem com a realidade. Podemos mencionar como exemplo qualquer micronação modelista que afirma governar uma quantidade desproporcional de território e que evidentemente não possui jurisdição sobre o mesmo.

Embora o hobby seja quase exclusividade do modelismo micronacional, também é possível encontrar este elemento em micronações derivatistas, que possuem um território físico e, mesmo tendo poder para administrar sua totalidade (ou uma porcentagem da mesma), sua existência é, ainda, um hobby ou algum passatempo. Afinal, as causas pelas quais levam um grupo de pessoas a formar uma micronação podem ser diversas; algumas podem ser sérias e outras, não, já que nenhuma micronação é uma nação 100% soberana.

A Categorização das Micronações
Existem diferentes tipos de micronações e diferentes propósitos para elas, mas, em tese, são sempre organizações políticas modernas. Quando digo que são políticas, refiro-me à necessidade primordial de exercê-la através da atividade política que a cerca. Sendo assim, toda micronação é um protoestado artificial, ou seja, um pré-estado que surgiu artificialmente e que está em status de perpétuo desenvolvimento micronacional, não ultrapassando esta barreira que a mantém sob o status de micronação.

A artificialidade da micronação também é um fundamento elementar, pois, ainda que o processo de formação de uma micronação surja de outros processos micronacionais anteriores, sempre haverá o fator cultural da pátria-mãe entre os próprios micronacionalistas. Isso ocorre porque o conceito de civilização já está completamente fundamentado e estruturado de tal maneira que seja impossível haver um verossímil desenvolvimento cultural que se assemelhe às nações existentes de jure e de facto, reconhecidas como soberanas e respeitadas por isso.

A micronação então jamais poderá ter um traço não-artificial, pois todos os elementos de micronações são baseados em conceitos existentes e bem fundamentados. Ainda que seja criado um idioma novo ou alguma cultura própria de uma micronação ou de um grupo de micronações unidas por isso, nós podemos comprovar a veracidade desta afirmação ao saber da existência dos Setores Linguísticos, que são sempre baseados em idiomas da pátria-mãe ou de qualquer outro que seja da externidade micronacional, incluindo os idiomas artificialmente construídos.

Acerca da categorização, podendo haver conceitos próprios, há, em maioria, os seguintes tipos de micronações:

i) Derivatistas: São micronações que possuem significativos elementos realistas para fundamentar sua existência, como, por exemplo, a utilização de territórios nos quais a micronação tenha algum nível de controle sobre a mesma. Seus sistemas burocráticos são idênticos aos modelos existentes, e sua heráldica, bem como sua vexilologia, possuem elementos de uma estética visual voltada para uma representação não ficcional, isto é, que não tenha elementos visuais ad absurdum, como são constantemente encontrados em projetos vexilológicos voltados para a ficcionalidade e/ou de ideias abstratas não estadistas.

ii) Modelistas: São micronações recreativas; portanto, seus elementos são, na maioria das vezes, irreais. Estas micronações usam o simulacionismo como fundamento elementar para sua existência, como um território fictício e/ou absurdo para a realidade da organização, um passado histórico ficcional, notoriamente conhecido como "A Saga", e a utilização de nomes voltados para a "cultura" daquela micronação, como, por exemplo, uma micronação que se baseia na cultura árabe e cujos cidadãos usem (obrigatoriamente ou não) nomes árabes, e assim por diante.

iii) Virtualistas: São micronações que utilizam ambos os elementos do modelismo e do derivatismo. Ocasionalmente, a organização possui vínculos históricos com o projeto micronacional e pode seguir sistemas "híbridos" que não são derivatistas nem modelistas. O território passa a ser um elemento opcional por não se encaixar nem no modelo derivatista, nem no modelista.

iv) Peculiaristas: São micronações cujos elementos fundamentais estão em qualquer coisa, exceto no exclusivismo da seriedade. Estes projetos micronacionais não possuem a menor pretensão de serem levados a sério e às vezes extrapolam até mesmo o conceito do que é absurdo. Muitas delas usam a sátira e outros elementos parecidos para justificar sua existência.

v) Especifistas: São micronações com o exclusivismo da internet, como as organizações do projeto Bitnation, o Setor Micras e demais projetos geofictícios que são intencionalmente voltados para uma prática específica.

Podemos teorizar o mundo micronacional nestas cinco divisões e tipos de micronações, onde no Primeiro Mundo estão as micronações derivatistas, no Segundo Mundo estão as micronações modelistas, no Terceiro Mundo estão as micronações Virtualistas, no Quarto Mundo estão as Peculiaristas, e no Quinto Mundo estão as Especifistas, numa divisão igualitária em que nenhum tipo se sobressaia em relação ao outro.

O Papel da Micropatriologia dentro (e fora) da prática do Micronacionalismo
O micronacionalismo leva consigo a prática de exercer o estadismo, seja ele recreativo ou não. Todos os demais elementos que venham a possibilitar o estadismo são também elementos do micronacionalismo. Por isso, é importante dizer que temos uma prática primária, que é a condução do Estado, e uma prática secundária, que é a possibilitação do exercício da condução do Estado, como, por exemplo, as estruturas burocráticas do Estado, bem como as pessoas que participam destes setores.

A Micropatriologia deve estudar estes movimentos, descrever como eles acontecem e explicar o motivo pelo qual acontecem, bem como criar uma previsibilidade sobre eles, estabelecendo leis, teorias, hipóteses, análises e demais estudos que refletem sobre o tema. O papel do micropatriólogo é imparcial e infavorecível, ele deve ser inalienável e estritamente neutro, como todo e qualquer outro cientista sério.

Como não há uma regulamentação sobre esta ciência nem sobre quem a produz, deve-se esperar e requerer que, no mínimo, o trabalho micropatriológico deva ser publicado em veículos sérios de informação, como revistas científicas e acadêmicas ou sites apropriados para a divulgação deste saber, não em blogs comuns ou fóruns.

A Micropatriologia deve também estudar a relação entre as micronações entre si, o modo como se relacionam, seus conflitos, suas divergências, seus acordos e as instituições que as compõem, além de estudar a relação entre a micronação e a macronação, bem como seus frutos, tanto em análises críticas (como uma crítica a um sistema de governo, por exemplo) quanto em análises historiográficas (ao elaborar um trabalho micropatriológico sobre o desenvolvimento histórico de uma micronação), a abordagem abrangente, que é toda e qualquer forma de teorização do micronacionalismo, é chamada de Teorias Micropatriológicas. Essas teorias abordam tanto o micronacionalismo em si quanto a própria micropatriologia e outros trabalhos micropatriológicos, analisando-os ou criticando-os do ponto de vista intelectual. Ou seja, é uma forma de observar a totalidade dos eventos, como, por exemplo, este próprio trabalho.

As Ciências como Auxílio para a Micropatriologia

A Micropatriologia, por ser uma área que estuda uma prática quase que inteiramente fechada, necessita de produtos externos de estudo, como, por exemplo, alguns conhecimentos já inseridos no meio científico, sendo eles:
- Ciências Políticas: estudo da política — dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos.
- Ciências do Estado: possuem uma dimensão teórica que comanda e institui um movimento prático sobre a análise da Gestão Pública, da Administração Pública e seus derivados.
- Ciências Humanas Gerais: abrangem a totalidade da Filosofia, Sociologia, História e afins.

Na Micropatriologia, os conhecimentos prévios da "tríade das ciências humanas" (Filosofia, Sociologia e História) podem ser de grande utilidade para o micropatriólogo.

As Novas Subciências Aplicadas na Micropatriologia

Na Micropatriologia, também se encontram áreas aplicadas do conhecimento humano para a compreensão do micronacionalismo que, de alguma forma, devem ser completamente restritas ao seu objeto de estudo, sendo elas:
- Sistematologia Categórica Geopolítica: nova área de estudo que baseia a análise do micronacionalismo sob a ótica da Teoria dos Mundos em aplicabilidade e também estuda o comportamento das micronações em relação à ordem internacional.
- Análise Geopolítica Interlinguística: nova área de estudo destinada a estudar os setores linguísticos de atividade sob a ótica da geopolítica aplicada ao micronacionalismo.

As Áreas Utilizadas no Micronacionalismo para a Produção de Projetos Micropatriológicos

É importante compreender que micronacionalismo e micropatriologia são termos distintos para conceitos distintos: um é o objeto de estudo e o outro é a área de estudo. Chamamos de "Projeto Micropatriológico" toda forma de projeto empreendido dentro do micronacionalismo, e não na micropatriologia. Assim, cabe aqui mencionar os elementos que compõem a estruturação de toda micronação ou projeto semelhante, que notadamente são construídos e elaborados sob a ótica de conhecimentos já existentes, sendo eles:

- Heráldica: sistema de identificação visual e simbolismo criado na Europa no século XII, baseado nos brasões de armas ou escudos.
- Vexilologia: estudo das bandeiras, estandartes e insígnias e das suas simbologias, usos e convenções.
- Numismática: estudo, do ponto de vista histórico, artístico e econômico, das cédulas, moedas e medalhas.
- Filatelia: estudo e colecionismo de selos postais e materiais relacionados.

Boa parte desses saberes (e de alguns outros) são aplicados artisticamente a fim de estabelecer um embelezamento estético da imagem da micronação: o vexilólogo cria as melhores bandeiras para o projeto e o heraldista cria os melhores e mais belos brasões. Tudo o que é feito nas outras áreas mencionadas tem o objetivo principal de criar o belo e o magnífico, não apenas para criar uma identidade nacional, mas para fazer com que a micronação alcance a estética de excelência utilizada pelas chamadas macronações.

Considerações Finais

Acredito fortemente na necessidade de uma revisão revolucionária no campo da Micropatriologia, que está atualmente escassa e desatualizada, sobretudo no que se refere aos conhecimentos do Micronacionalismo Brasileiro, que sempre foi, por natureza, fechado e estagnado desde os princípios do micronacionalismo latino-americano. No que condiz às minhas competências nesta área, ainda terei de fundamentar por completo alguns dos tópicos que apresentei brevemente, fazendo desta Teoria a minha inclinação geral para o desenvolvimento e disseminação do conhecimento micropatriológico.

CHALEGRE, André Igino. Teoria Geral da Micropatriologia.

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