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Destaques

O Neutralismo Crítico-Dialético

Neutralismo Crítico-Dialético: Uma Abordagem Filosófica para a Imparcialidade na Análise de Situações Políticas Introdução : A filosofia é uma disciplina que busca compreender o mundo e a condição humana por meio de uma análise crítica e reflexiva . Filósofos têm abordado uma ampla gama de questões ao longo da história, incluindo temas políticos e sociais . No entanto, é comum que as discussões políticas sejam polarizadas, com defensores de diferentes ideologias frequentemente tomando posições extremas e defendendo apenas um lado do debate . O que chamo aqui de " Neutralismo Crítico-Dialético " se trata uma abordagem filosófica que defende que o filósofo deve abordar as situações de forma imparcial , buscando compreender e analisar ambos os lados do debate, sem se apegar a preconceitos ou ideologias específicas, afinal, o filósofo que defende a parcialidade de uma questão não é um filósofo de verdade , e por isso não está preparado para discutir implicações da

A Alemanha e a Doutrina da Lebensraum

É intrigante conjecturar um cenário alternativo no qual as Potências do Eixo - Itália, Alemanha e Japão - emergissem como vitoriosas na Segunda Guerra Mundial, em detrimento dos Estados Unidos, Reino Unido da Grã-Bretanha, França e União Soviética, que historicamente triunfaram. Inúmeros estudiosos já se dedicaram a uma análise meticulosa dessa potencial virada de jogo geopolítico. Entretanto, permita-me explorar de forma mais profunda a realidade que teria emergido caso as Potências do Eixo tivessem prevalecido. Como teriam sido redesenhadas as fronteiras, os sistemas políticos e econômicos, e, fundamentalmente, as relações internacionais? Uma incursão neste universo hipotético fornece insights essenciais para compreender o curso da história e a configuração do mundo moderno. De fato, é intrigante pensar como tudo o que conhecemos hoje (internet, redes sociais, costumes, padrões e valores) se convertessem em linhas radicalmente opostas de suas naturezas atuais, contudo a nossa principal questão é mais do que o cerne de tudo, é o epicentro das atenções e das nossas reflexões aqui mencionadas (e suas consequências gerais para a Segunda Guerra Mundial são típicas "análises periféricas" de nosso embasamento) que se concentram quase que exclusivamente na Doutrina da Lebensraum e como essa teoria nazista poderia ter mudado o panorama geopolítico global.

A Lebensraum
Trata-se de uma Doutrina Geopolítica encabeçada por Friedrich Ratzel e amplamente difundida entre os alemães partidários da Causa Nazista em prol de um ultra-expansionismo territoial alemão, o que mais tarde se tornaria numa justificativa para que os alemães fizessem incursões militares na Europa Oriental afim de anexar tais territórios ao seu país, Hitler chamaria esta doutrina de "O Espaço Vital Alemão" idéia essa que pregava o sustentamento de um Grande Reich Alemão cujas expansões territoriais fossem suficientes para acomodar toda a população germânica dentro de um único Estado Nacional Germânico. A implementação deste espaço implicaria na anexação de países como a Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Noruega, Suécia, Estônia, Letônia, Lituânia, Rússia (parte européia), Bielorrússia, Ucrânia, Moldávia, Polônia, Eslováquia, partes da Iugoslávia e dentre outros países à época, justificando as invasões que de fato se sucederam à quase todos esses países mencionados, com excessão da Suécia, embora mapas à posteriori sugerissem que a Finlândia também faria parte desta construção artificial de um Estado Alemão expandido ao Leste Europeu.

As condições para a vitória alemã
Pode-se dizer que na Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi derrotada por quatro erros estratégicos fundamentais que se autocomplementavam entre sí, sendo eles:

O insucesso das invasões italianas nos Bálcãs e suas campanhas ao norte da África;

• A Invasão à União Soviética, que deveria ocorrer quando os alemães já tivessem derrotado os ingleses no Front Ocidental;

• A Declaração de Guerra aos Estados Unidos, bem como a evidente falta de comunicação com o Império do Japão;

• A Ausência de um ataque total, seguido de invasão anfíbia e terrestre à Grã-Bretanha.

No primeiro ponto, deveria haver uma comunicação entre o Estado Maior alemão e o Estado Maior italiano, para que suas operações fossem conjuntas, não individualizadas, e, em verdade, Mussolini conduziu as forças armadas da Itália à vários erros e insucessos militares nas invasões à Iugoslávia e à Grécia, bem como na manutenção da Líbia italiana e demais colônias no Chifre da África, proporcionando perda significativa de material, recursos e pessoas ao longo da campanha, levando os alemães numa apressada elaboração de planos de intervenção que auxiliassem a Itália em suas derrotas, afim de revertê-las, mas que ocasionalmente se converteram também em uma conjunção de inúmeras outras derrotas alemãs e também vitórias que custaram bastante material.

No segundo ponto, temos na invasão à União Soviética, e também uma certeza: Hitler já mencionava antes da guerra que uma destruição do comunismo era um de seus objetivos principais, então, é um fato irrevogável que uma hora ou outra esta invasão iria acontecer, o problema era quando: ao iniciar a invasão em 1941, os alemães estavam em campanha em vários outros lugares diferentes, seria prudente que os alemães derrotassem logo todos os seus adversários antes de invadir os soviéticos, pois assim teria toda a atenção, recursos, materiais e pessoal necessário para o estabelecimento da campanha e manutenção da mesma.

No terceiro ponto, uma comunicação com o Império do Japão era decisivo para toda a guerra como um todo, pois a entrada dos Estados Unidos no conflito representou uma virada significativa em favor dos aliados, se os japoneses não tivessem invadido a Indochina Francesa, os americanos não iriam cortar o acordo de petróleo com os japoneses, e sem o fim deste acordo, os japoneses jamais teriam atacado Pearl Harbor, e sem esse ataque, os Estados Unidos não declarariam guerra, e sem a declaração de guerra americana, os alemães não declarariam guerra aos Estados Unidos, foi um fator em cadeia, um erro sucessivo, uma vez que a derrota britânica na europa encerraria o conflito, forçando suas colônias na Ásia a cessarem o conflito com os japoneses. Os japoneses ainda teriam para si, grandes poções territoriais ao longo da Manchúria, Coréia, na Costa Chinesa, nas Ilhas da Oceania e nas Índias Orientais Neerlandesas, um ataque aos americanos seria uma burrice.

Por fim, no quarto e último ponto, temos aquilo que definiria o fim da guerra ainda entre 1941 e 1942: um ataque total à Grã-Bretanha. para isso, os alemães deveriam organizar um recrutamento em massa nos países germânicos ocupados (Dinamarca, Noruega, Holanda, Luxemburgo, Bélgica) que provavelmente seriam os países onde os alemães mais iriam deter sucesso em um recrutamento estrangeiro graças aos grandes simpatizantes da causa nazista e germânica nos países ocupados, para mobilizá-los conjuntamente com as tropas alemãs ao norte da França e preparar uma grande invasão anfíbia ao litoral inglês, antecedido por um grande bombardeio alemão ao longo das posições defensivas da costa inglesa (ao estilo do Dia D mesmo, só que ao contrário) se fossem bem-sucedidos, a capital inglesa iria ser transferida provisoriamente para a cidade de Manchester (assim eu presumo) enquanto os alemães podiam progredir invadindo cidade por cidade até o cerco à cidade de Manchester. À essa altura, países como Gales, Escócia e Irlanda do Norteteriam se voltado contra os ingleses dada a rivalidade existente entre eles desde períodos antigos, isso propiciaria para a formação de guerrilhas pró-alemanha na Inglaterra, que sem acesso às suas colônias graças ao bloqueio naval alemão, teria caído ainda na Europa, e como consequência, sua rendição forçada teria acontecido, já que sem Estados Unidos e sem a União Soviética, a Alemanha poderia destruir a Inglaterra em menos de um ano de campanha em solo inglês. Depois desta hipotética derrota britânica, aí sim, os alemães poderiam se organizar para invadir os soviéticos, até mesmo com o apoio da Finlândia, que ainda estaria em guerra contra contra a URSS à época.

Consequências da vitória do Eixo
Com a queda da Inglaterra e da União Soviética, teríamos a desintegração de todas as repúblicas socialistas soviéticas em detrimento da União e ao mesmo tempo, em favor de um crescente movimento nacionalista nestes países, na Grã-Bretanha ocorreria o mesmo, além das múltiplas declarações de independência de suas colônias ao redor do globo, isso forçaria países como Austrália e Nova Zelândia a negociarem o cessar-fogo com o Japão, uma vez que seriam países independentes e já não mais lutariam em favor da monarquia inglesa, o mesmo ocorreria com o governo da França no exílio, que teria que ter suas colônias repartidas entre Japão, Itália e Alemanha, nesse caso, a tomada da Indochina seria pacífica, porém, ao contrário do que muitos dizem, essas modificações não implicariam em nada nos países latino-americanos, como se a Alemanha tomasse a Amazônia ou coisa derivada, uma vez que seu foco principal seria a manutenção da Lebensraum. O que ocorreria, seria a (re)ascenção do Integralismo, tanto no Brasil quanto em Portugal.
Sobre a suposta Guerra Fria que muitos dizem que ocorreria entre Japão e Alemanha, ela é uma afirmação parcialmente falsa (mesmo que hipotética) dada a natureza da vitória do eixo, a suposta Guerra Fria seria entre Alemanha, Estados Unidos e Japão, onde haveria uma aproximação entre Estados Unidos e Alemanha semelhantemente a aproximação que houve entre Grã-Bretanha e Estados Unidos no pós Segunda Guerra Mundial, essa aproximação alemã aos americanos se dá por naturalidade entre suas respectivas sociedades, que à época compartilhariam de preceitos sociais semelhantes, além disso, o fato dos Estados Unidos não entrarem na guerra anterior o tornaria extremamente desenvolvido, pois não teria todo o desgaste pós-conflito. Na Itália, não teríamos a reconstrução de um Império Romano, mas uma extensão colonial italiana que a colocaria num posto geopolítico semelhante ao que a França teve posteriormente... Ainda sobre o Japão, é provável que uma terceira guerra mundial ainda nos anos 50 ocorreria entre Japão, seus Estados-Fantoches, Colônias e aliados contra a aliança Alemanha/EUA numa guerra rápida, dada a criação da bomba nuclear em um projeto bilateral entre esta nova aliança, juntando cientistas alemães e americanos, esta guerra ocorreria 90% entre o setor militar naval e 10% em terra durante o primeiro ano de conflito, dado a localização do Japão (provavelmente a Austrália e Nova Zelândia iriam se aliar aos Estados Unidos e à Alemanha) e já entre o final do segundo ano de conflito e início do terceiro, os ataques nucleares ao Japão seriam concretizados. Muito que provavelmente a China, mesmo com todas as reviravoltas e seus revezes, se tornaria socialista, e uma Guerra Fria entre ela e o Novo Eixo começaria tardiamente, em meados dos anos 90/2000 graças à lentidão chinesa em se desenvolver como um Estado Socialista, e depois, como potência global, semelhante ao que é hoje.

Como seria o Mundo atual(?)
Viveríamos numa guerra fria entre China e Eua/Alemanha, e pelo fato do Mundo Ocidental se tornar absurdamente mais racista e mais xenófobo, as minorias encontrariam na China, um novo abrigo, a África hoje estaria sob uma Segunda Partilha Colonial, predominantemente entre Alemanha, Itália, Romênia, Portugal, Espanha, dentre outros... Não é preciso encontrar embasamento o suficiente para dizer que um genocídio africano seria planejado pelos alemães em favor de um "Embranquecimento da África". Na América Latina, as intervenções americanas seriam mais brutais, não da mesma natureza que as intervenções passadas tiveram, onde a intervenção era para impedir o avanço comunista, essas novas e mais agressivas intervenções seriam em favor do crescimento econômico individual americano, ademais, práticas recreativas como jogos de computadores e navegação da internet não existiram, pois o Estado impediria o surgimento da internet para fins pessoais, mantendo a natureza desta, para fins comerciais, além do impedimento do desenvolvimento de computadores domésticos e/ou portáteis, de bolso, etc, dada seus resultados evidentemente negativos numa sociedade necessariamente útil ao Estado.

Resumo
Apenas a Doutrina da Lebensraum proporcionaria à Alemanha, um motivo ideológico para entrar numa guerra de nível colossal, e seu sucesso de implementação dependeria de fatores externos e periféricos, bem como o próprio sucesso destes fatores externos e periféricos apenas se concretizariam graças ao desejo alemão de execução de seu expansionismo, como se uma causa complementasse a outra, e vice-versa. O Fator de autocomplementação, nestes parâmetros, ocorre como uma co-dependência de fatores e ações geopolíticas que resultam em uma realidade paralela e alternativa, sem a Lebensraum, os alemães teriam se contentado com o sucesso de suas operações no Front Ocidental, e uma negociação com a Inglaterra poderia ser possível (ou não) bem como uma invasão sorrateira por parte da União Soviética na Alemanha seria igualmente viável.

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