Então saio desta parte de
cogitação e endosso a
possibilidade (e por conseguinte, da
ação) para a
parte prática do meu
argumento primitivo. Acontece que essa solidão é mais profunda do que imaginamos, pois transcende o emocional e penetra em nossa própria natureza física e filosófica (imagine só !)
Filósofos ao longo da história
argumentaram que, de fato,
estamos todos sozinhos, uma solidão que é confirmada pela ciência quando consideramos que nossos átomos nunca tocam nada. Agora,
saindo do argumento e
partindo para a elucidação através deste artigo, exploraremos essa perspectiva intrigante
- e por que não, um tanto paranóica?! - que nos leva a questionar se alguma vez verdadeiramente tocamos alguém ou algo no mundo, e mais ainda, o quão estamos sozinhos, seja em nossa própria existência palpável, seja então pelas nossas próprias convicções validadas pela
Filosofia.
Solidão Filosófica... Por quê somos criaturas tão solitárias mesmo num coletivo tão efusivo?
Comecemos pela solidão filosófica, uma ideia que tem raízes profundas em algumas das mentes mais brilhantes da história da filosofia. O existencialista francês Jean-Paul Sartre argumentava que somos essencialmente seres isolados, condenados à liberdade e responsabilidade individuais. Segundo Sartre, nossa existência precede nossa essência, o que significa que não há uma natureza humana inata que nos conecte uns aos outros. Em vez disso, somos lançados no mundo e somos livres para criar nossos próprios significados e valores.
Outro filósofo notável, Arthur Schopenhauer, via a vida como uma busca incessante por satisfação que, no final das contas, nos deixa insatisfeitos. Ele argumentava que o egoísmo inerente à natureza humana nos mantém separados, incapazes de verdadeira empatia ou compreensão mútua. Assim, mesmo em nossos relacionamentos mais íntimos, permanecemos, de acordo com Schopenhauer, solitários em nossas perspectivas individuais.
Solidão Física: Nós estamos condenados pela própria natureza a sermos o que somos em comunhão a nós, e tão somente a nós...
A solidão filosófica pode ser desafiadora o suficiente, mas e quanto à solidão física? A física moderna nos lembra que, em um nível atômico, a ideia de tocar algo é uma ilusão. Isso porque a estrutura dos átomos e a natureza da força eletromagnética fazem com que os elétrons de um átomo interajam apenas com os campos de carga de outros átomos, criando uma repulsão que impede um verdadeiro contato físico.
Na verdade, quando você sente que está tocando algo, o que realmente está acontecendo é que os campos de carga negativa em torno dos elétrons de seus átomos estão se aproximando dos campos de carga negativa nos átomos do objeto que você está tocando. Essas interações eletromagnéticas criam a sensação tátil, mas nunca realmente há um contato físico direto.
Em Suma...
Ao considerarmos as perspectivas filosóficas e as descobertas científicas, chegamos à conclusão de que a solidão é uma parte inerente da experiência humana, tanto em nível físico quanto filosófico. Estamos condenados à nossa própria subjetividade, incapazes de experimentar plenamente o mundo dos outros. Mesmo quando sentimos que tocamos alguém ou algo, nossos átomos nunca realmente fazem contato.
Isso pode soar como uma visão sombria da existência, mas também nos lembra da importância de buscar conexões genuínas com os outros (afinal de contas, um dia todo mundo vai morrer e nos deixar com o pouco que tivemos de contatos com essas pessoas). Nós estamos condenados a vivermos sozinhos, em teses afirmadas pela Filosofia e atestadas pela Física, por isso que há uma sensação em nós, e a todo momento, de que estamos num vazio sem fim, eterno e abismal, e que o coletivo, isto é, as pessoas, elas completam esta suplência existencial, pois nós não somos capazes de lidar com o abismo, afinal, nem a nós mesmos podemos tocar.
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