Uma pessoa
comum,
notadamente pobre e
desamparada pelo
Estado normalmente já começa a vida no
modo hard, quem dirá então se ela tiver algum
transtorno mental(?) ao contrário dos
Enzos e Valentinos, que
choram no banho por causa da
terrível ansiedade que os assola, um
pobre com
esquizofrenia é
apenas um louco, uma
ameaça para a
sociedade que deve ser
afastado da mesma para a
segurança daqueles que
a compõe, a verdade mais sinistra por detrás de tudo isso, é que os
Enzos e os Valentinos serão tratados como pessoas que merecem atenção especial: vão à
psiquiatra quando querem, à
psicóloga quando querem, à
terapia,
quando querem. Mas a
utopia não é para todos, afinal,
transtornos mais
graves em pessoas de
baixa renda são
sumariamente ignorados, afinal, ou a pessoa
é útil ao trabalho ou não é, ou então têm que ser
útil ao estudo e ser
obrigatoriamente o
mais inteligente da família, e para
poder tratar os seus
problemas, terão de ir de 3 em 3 meses
e olhe lá! para a(o)
psicóloga(o), e de 6 em 6 meses
e olhe lá! para a(o)
psiquiatra(o) donde serão
vítimas perpétuas de uma coisa que não têm volta:
A Indústria Farmacêutica.
Depois que o pobre procurou a rede pública para tratar de seus problemas psicológicos, mal ele sabe que entrou num limbo cujo tamanho é maior que o abismo que habita a alma do coitado, ele será medicado tantas e tantas vezes que seu corpo se tornará um dependente químico daquelas drogas lícitas pelo resto da vida, e ai daquele que tentar retirar-se do tratamento, pois enfrentará da pior forma todos os efeitos colaterais de medicações que ele se quer precisava tomar, e nisso, 3 pessoas ganham muito dinheiro: os psicólogos que ganham para fingir que nos entendem, os psiquiatras, que ganham para fingir que nos ajudam, os farmacêuticos que ganham para fingir que estão nos vendendo a cura (quando na verdade fabricam o problema) e pra finalizar este combo maravilhoso com um bônus, têm o pobre, que paga para fingir que está ficando bem, quando na verdade apenas vai piorando, e precisa ser esperto para saber quais os remédios que podem ser retirados por conta própria pra abandonar o estado vegetativo que a indústria farmacêutica o induziu. Mas devemos ter cautela em apontar o dedo contra essas profissões, que nada mais são que agentes do sistema, e como eu sempre falo, os agentes não são culpados pelas ações do sistema, eles apenas cumprem o que lhes fora repassado de forma imparcial... Eu só sei que nessa brincadeira há alguns médicos que jogam no modo culposo, onde não há intenção de curar, mas aí vai da ética de cada um.
Hoje mesmo, pela rede pública eu dei muita sorte de não passar a tarde inteira esperando debaixo de uma fila descomunal apenas para ser atendido de forma singelamente breve, acontece que no meio do caminho havia o sistema, e no meio do sistema havia um caminho. Eu havia pedido meses atrás para a psicóloga me encaminhar à psiquiatra afim de iniciar a redução dos remédios, e para o meu espanto, ouvi os dizeres quase que mecanizados de que "vamos observá-lo e ver se você melhora tendo em visto a sua última consulta", o que é cômico, pois a cada consulta é uma médica diferente (pelo menos aqui, o que demonstra a deficiência do Estado através da sua instabilidade) nenhuma delas pode dizer que me acompanhou mais do que duas vezes, apenas uma delas, lá em meados de 2017 e 2018, e aqui estou tendo que esperar mais 6 meses, talvez mais, apenas para ver se posso ou não iniciar a redução dos remédios, o que aos meus olhos é desastroso, pois tenho uma vida para viver.
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